TikTok está prestes a cair na mão do governo dos Estados Unidos
A ByteDance, detentora do TikTok, decidiu compartilhar as informações do aplicativo com a agência americana Oracle para reduzir o risco de banimentos
A ByteDance, detentora dos direitos do aplicativo TikTok, revelou que o algoritmo pode ser compartilhado com membros do governo dos Estados Unidos. De acordo com a empresa chinesa, a oferta pode gerar uma transparência maior entre eles e o EUA, impedindo que novos banimentos surjam a partir deste momento. Ao menos este é o objetivo que eles almejam com a proposta.
De acordo com reclamações anteriores, o governo americano estava preocupado que as ferramentas pudessem interferir em questões políticas no futuro. Como ocorreu no Brasil, as redes sociais e serviços de mensagem foram amplamente utilizados nas últimas eleições e o temor deles é o viés que seria tomado na China para reverter o app para mostrar um conteúdo mais que os diversos outros disponíveis. Além disso, eles alegam que dados de cidadãos dos EUA podem ser compartilhados com o próprio governo chinês e isso representa uma grande ameaça dentro do país.
Todas as informações do algoritmo foram oferecidas pela ByteDance para a companhia americana Oracle, que pode revisar o conteúdo livremente e certificar ou não a plataforma. Para mostrar boa fé, eles também informaram que estão reduzindo a divulgação de vídeos tóxicos e com conteúdo impróprio, implementando ferramentas que impeçam a sua ampliação dentro do app.
O que guarda o algoritmo do TikTok?
A própria companhia revelou que o algoritmo do TikTok carrega apenas quatro funções básicas para atingir um denominador comum: O que você assiste; Vídeos que você curte; Vídeos que você compartilha e Seguidores. De acordo com eles, é desta forma que eles calculam o que você assistirá dentro do feed do aplicativo. No entanto, esta é a primeira vez que eles resolveram compartilhar as informações e agir com transparência.
A discussão já data de 2019, quando a Índia baniu a plataforma acusando de divulgação de conteúdo inapropriado e pornografia. Nos Estados Unidos, isso cresceu em 2020 durante o governo de Donald Trump, qual fez diversas ameaças para o aplicativo. Inclusive, a Microsoft até fez uma oferta para comprar o algoritmo e a inteligência artificial que faz a gerência dele e foi negada pela ByteDance. A mensagem era clara: a preferência era ser banido do que ter o conteúdo vendido para outras companhias. Porém, chegamos em 2023 e eles decidiram abaixar a guarda e compartilhar tudo.
Esta oferta, ainda assim, não está sendo bem vista pelo governo dos Estados Unidos. O senador Mark Warner, responsável pelo Comitê de Inteligência do Senado dos EUA, afirma que qualquer decisão será um risco. “É tecnicamente muito difícil”. Ele afirma que, ainda que revisem e aprovem o uso do TikTok, o código pode ser reescrito em Pequim, na China, mantendo o temor do uso da plataforma dentro do território americano.
Fonte: The Wall Street Journal