Sexy Hot expande conteúdo LGBTQIA+, que já chega a 23% do consumo diário
Em pesquisa encomendada à consultoria Toluna, para entender melhor os desejos dos assinantes, o Sexy Hot descobriu que o conteúdo LGBTQIA+ já responde por 23% da audiência diária de seu site.
(FOLHAPRESS) – Bruno acorda cedo e vai para a cozinha. Ele quer surpreender o namorado, Lucas, com uma bandeja de frutas, sanduíches e café quentinho, enquanto ele ainda está na cama. O mimo é tão bem recebido que os dois começam uma transa intensa -sem sequer tocar na comida.
Essa é a “trama” de “Café da Manhã dos Mozões”, filme que estreou no último dia 25 no canal adulto Sexy Hot. Trata-se do segundo filme gay lançado pela marca, conhecida há mais de 20 anos pelo pornô voltado para o público heterossexual.
Mais recentemente, a empresa notou o interesse de outras parcelas da audiência e resolveu investir. Em 2021, lançou o primeiro filme com sexo entre homens, “Fórmula do Sucesso”. Segundo a diretora-geral do Sexy Hot, Cinthia Fajardo, a produção fez jus ao título.
“Foi, de fato, um sucesso”, afirma ela ao F5. De lá para cá, o filme se tornou o quinto mais assistido da companhia por meio serviço de streaming. “Os dados mostraram para a gente que teve muito acesso.”
Em pesquisa encomendada à consultoria Toluna, para entender melhor os desejos dos assinantes, o Sexy Hot descobriu que o conteúdo LGBTQIA+ já responde por 23% da audiência diária de seu site. Além dos dois filmes próprios, com o selo Sexy Hot Produções, há outros títulos licenciados.
Dentro desse universo, os conteúdos estrelados por transexuais são os que mais fazem sucesso. A categoria é a segunda mais acessada pelos assinantes do serviço -na busca, é a palavra mais procurada. Dado curioso, se lembramos que o Brasil é país que mais mata pessoas trans no mundo. “Essa categoria está nos top mesmo”, ressalta.
O preconceito também parece diminuir, de modo geral, quando as pessoas estão sozinhas no quarto. “Só nas redes sociais da marca é que houve alguma animosidade com relação aos novos conteúdos [LGBTQIA+]”, afirma. “Mas tivemos as duas situações: gente elogiando e pessoas apontando para algum tipo de reação negativa.”
“Ainda há muitas pessoas conservadoras”, reflete. “Isso acontece no mundo pornô, assim como no resto.” Fajardo adianta, no entanto, que o caminho empreendido pelo Sexy Hot não tem volta. “O investimento em filmes gays vai continuar”, afirma. A ideia é ter uma grande estreia por mês até novembro, com a terceira produção própria prevista para 2023.
A executiva, que assumiu a marca há cerca de dois anos e meio, diz que propôs a mudança no posicionamento da marca com base em pesquisas. “Entendi que ela precisava se atualizar, ficar mais alinhada com o espírito do tempo”, conta.
“Uma das coisas que percebemos é que o público atual se identifica com um conteúdo mais real”, revela. “Queriam ver cenas do cotidiano, com sexo como o que a gente pratica no dia a dia -menos performático e ensaiado.” Com isso, também houve uma atualização do elenco para exaltar a diversidade de corpos. Apostou-se em aumentar o número de mulheres detrás das câmeras, para propiciar um olhar mais feminino, e até na disponibilização de legendas e audiodescrição, para incluir o público cego.