Programa da EESC/USP vai beneficiar comunidades de São Carlos
A Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) promoveu na última semana, o lançamento do Programa de Curricularização da Extensão Universitária para os Cursos de Graduação, onde os alunos de graduação precisam cumprir horas em trabalhos que tenham cunho com pessoas e instituições fora da universidade, implementando projetos interdisciplinares alinhados a temas de interesse público, desenvolvendo atividades para a sociedade.
O evento foi aberto a todos os interessados, ou seja, autoridades da administração pública, lideranças e membros da área acadêmica, pesquisadores, estudantes, empresários e a comunidade local.
O programa tem como parceiro a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação, o Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP São Carlos, o Instituto Mário de Andrade e a empresa G2 Arte, para o desenvolvimento de pesquisa tecnológica e projetos inclusivos e ambientalmente adequados para áreas críticas do município.
Foram apresentados vários projetos já realizados em outras cidades, sempre com a participação da universidade e a comunidade local. Para São Carlos um dos projetos apresentados, que têm grande relevância foi sobre as enchentes, com uma apresentação das áreas de risco, os principais rios e córregos que cortam a cidade, bem como algumas sugestões para mitigar esse tipo de ocorrência que vêm ocorrendo de forma mais intensa.
O diretor da Escola de Engenharia de São Carlos, Prof. Fernando Catalano, relata que esse projeto não é de um governo e sim uma parceria contínua com a Prefeitura e a sociedade. “É um programa muito importante que envolve a sociedade, nossos professores e alunos na transferência de conhecimentos direto, é o momento de devolver o que a universidade recebeu da cidade ao longo desses 70 anos da USP em São Carlos”.
Ismael Oliveira, sócio e diretor da G2 Arte e Cultura, enfatiza que a grande novidade do projeto é estabelecer uma ação em rede colaborativa. “É uma junção de vários agentes, a EESC, a Prefeitura e comunidades de bairros, a nossa ideia é identificar zonas criticas da nossa cidade que sejam endereçáveis com as tecnologias que vem sendo desenvolvidas na universidade. A função do nosso grupo que é de fora da universidade é fazer a ponte, essa negociação política entre os agentes da universidade, a Prefeitura e a comunidade que isoladamente têm dificuldade de estabelecer essas inter-relações”.
A Prof. Dra. Luciana Schenk do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, acredita que a criação de novas áreas permeáveis, de espaços livres em locais específicos podem contribuir para a melhoria das enchentes em São Carlos. “Eu acho que tem que ser feito um grande mapeamento de áreas que podem vir a ser utilizadas como áreas de infiltração, que possam ser parques ou não, estamos construindo enchentes com tudo impermeabilizado, íngreme, a água sempre vai para o ponto mais baixo. Precisamos mudar isso, desimpermeabilizando o fundo de várzea”.