Motorista morre baleado após bater em carro de atirador em Mogi Guaçu (SP)
Preso em flagrante, depois ele pagou fiança de R$ 15 mil e foi solto. Segundo o advogado da família da vítima, o Furlan ficou preso por 18 horas.
(FOLHAPRESS) – O empresário Luis Paulo Lucateli Furlan, 30, foi preso por suspeita de matar um motorista com um tiro nas costas na madrugada deste domingo (7), em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo. O detido possui três armas com o registro para CAC (sigla para caçadores, atiradores e colecionadores de armas), segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública).
Preso em flagrante, depois ele pagou fiança de R$ 15 mil e foi solto. Segundo o advogado da família da vítima, o Furlan ficou preso por 18 horas.
A vítima é o motorista Lindomar Benedito da Silva, 34, que voltava de São João da Boa Vista, também no interior paulista. Ele havia ido ao município para visitar os pais no final de semana.
O crime ocorreu por volta das 5h30, após o empresário ter seu carro atingido pelo veículo de Silva, um Gol. O automóvel do empresário, um Civic, estava estacionado na rua.
“Pelas informações iniciais, o atirador ouviu o barulho da colisão, saiu da casa e atirou na direção do carro do Lindomar, achando que ele estava fugindo do acidente”, disse Rogério de Pontes, advogado da família da vítima.
A bala atravessou a lataria do carro e acertou o motorista nas costas, que ainda bateu o veículo contra um poste. Segundo a SSP, Furlan confessou ter atirado na direção do poste em que a vítima bateu com o carro. Ele entregou aos policiais as três armas que possuía com o registro como CAC.
Ainda segundo a secretaria, foram solicitados exames periciais ao Instituto de Criminalística e ao Instituto Médico-Legal. O caso foi registrado como homicídio no Plantão da Delegacia Seccional de Mogi Guaçu.
A família da vítima contratou o advogado porque diz não ter conseguido, inicialmente, acesso ao boletim de ocorrência.
“Não nos falaram nada na delegacia. Nem o nome dele nos passaram. Estão protegendo o assassino. A gente quer justiça, que ele fique preso. Ele pagou fiança e foi embora”, disse a técnica de enfermagem Patrícia da Silva Bernardes, 25, irmã de Silva. “A gente está em choque.”
O advogado deve pedir as informações da perícia. “O que a gente sabe é que o atirador é um empresário influente da cidade. O cara do nada sai na rua, atira e mata um pai de família. Isso é absurdo. Soubemos que ele passou por audiência de custódia na parte da manhã, pagou fiança e foi liberado.”
A SSP afirmou que não poderia informar o nome do empresário por ser informação sensível e que se baseia na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
Silva morava em Mogi Guaçu havia quatro anos e trabalhava como motorista de ônibus de uma empresa particular. Seu corpo foi sepultado nesta segunda em São João da Boa Vista. Ele deixou três filhos, sendo dois do primeiro casamento e outro do casamento atual.